quinta-feira, 15 de maio de 2008

Bem debaixo de ti!


Passeias alegremente debaixo de um sol escaldante e em cima de um solo que mal sabes o que "esconde" e "guarda". Corres freneticamente pelo jardim fora preparado para te deitares debaixo da primeira árvore com sombra que te aparecer à frente. Finalmente, dás contigo a olhar para o céu, a sentir a brisa no rosto e a ouvir o chilrear dos passarinhos. Não sei o que pensas mas adorava que te lembrasses de tudo aquilo pelo qual passámos. Sinto'te a mexer. Talvez seja a caruma a fazer'te cócegas no corpo ou outra coisa qualquer mas a verdade é que mesmo eu estando dabaixo de ti, no meio de toda aquela terra, tu continuas a incomodar'me. Não parás! O que se passa? Não está feliz por eu ter saído da tua vida e deixar-te viver à vontade como sempre quiseste? Juro que não te percebo. Agora corres por cima de mim e de tantos outros corpos que já nem são corpos, são apenas restos deles. Ris a toda à custa e nós nem isso podemos fazer porque a nossa boca já não existe, aliás, não podemos fazer absolutamente nada. Apenas ficarmos ali, imóveis, enquanto vocês aí em cima passeiam, dormem e brincam em cima de nós. Agora, pergunto o porquê de estar aqui e a única resposta plausível que me satisfaz é que se aqui estou é porque talvez alguma coisa de bom que não aconteceu aí em cima me vai acontecer aqui em baixo.

Sem comentários: