segunda-feira, 19 de maio de 2008

O bem que nos era comum!


Aqui em baixo quase que congelo. Mal consigo mexer os meus dedos e mesmo que queira tenho medo que eles partam. A cada dia que passa percebo que mesmo querendo não sou capaz de lutar sozinha por um suposto bem que nos era comum. Agora... Agora posso dizer que estou perto do fim mas o que sinto continua a meter'me nojo e a não deixar que eu te odeie. Mesmo quase morrendo de hipotermia sinto que tenho o meu peito em ebulição e prefiro nem perceber o porquê [(mesmo sabendo'o)].

domingo, 18 de maio de 2008

Ainda há esperança!


Corro pavorosamente pelo meio de uma floresta sombria sem saber onde estou e a única coisa que consigo ver são bichos nojentos e árvores. As cobras perseguem'me rastejando enquanto que os corvos voam por cima da minha cabeça. Percebo a mensagem que eles me transmitem mas pouco me importa e continuo a correr para ver se, ao menos, encontro um precipício. Os bichos cada vez são mais e a minha vontade de desistir também. Mas não consigo! Há algo que me diz constantemente que ainda há esperança e que se não encontrar um precipício encontro outra coisa qualquer que me dará um fim completamente diferente. A cada passo que dou sinto um pedacinho de energia a menos mas em compensação um naco de esperança a mais. Se não consigo ter aquele que amo terei, com certeza, aquele que venero.

sábado, 17 de maio de 2008

Deixei de respirar!


Depois de todo este tempo continuo sem perceber o porquê de um dia ter partido. Gostava de saber porque é que saí do sítio onde me sentia feliz e onde estava rodeada por todas aquelas pessoas que me completavam. Gostava de perceber o porquê de todo o sofrimento e de ter passado a sentir aquela terra húmida entre os meus dedos. Desde então deixei de respirar; fizeram questão de me abrirem o peito e extorquirem'me o coração. Páro inúmeras vezes mas não me ocorre qualquer explicação lógica para o sucedido. Agora, tenho plena consciência que aqueles que todos os dias fazem um esforço para me remendarem o coração são os que mais magoo [(mas sem o seu esforço, com certeza, que nem a aorta já existia)]. Começo a perceber que o mais importante no meio disto tudo não é o destino mas sim a viagem.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Bem debaixo de ti!


Passeias alegremente debaixo de um sol escaldante e em cima de um solo que mal sabes o que "esconde" e "guarda". Corres freneticamente pelo jardim fora preparado para te deitares debaixo da primeira árvore com sombra que te aparecer à frente. Finalmente, dás contigo a olhar para o céu, a sentir a brisa no rosto e a ouvir o chilrear dos passarinhos. Não sei o que pensas mas adorava que te lembrasses de tudo aquilo pelo qual passámos. Sinto'te a mexer. Talvez seja a caruma a fazer'te cócegas no corpo ou outra coisa qualquer mas a verdade é que mesmo eu estando dabaixo de ti, no meio de toda aquela terra, tu continuas a incomodar'me. Não parás! O que se passa? Não está feliz por eu ter saído da tua vida e deixar-te viver à vontade como sempre quiseste? Juro que não te percebo. Agora corres por cima de mim e de tantos outros corpos que já nem são corpos, são apenas restos deles. Ris a toda à custa e nós nem isso podemos fazer porque a nossa boca já não existe, aliás, não podemos fazer absolutamente nada. Apenas ficarmos ali, imóveis, enquanto vocês aí em cima passeiam, dormem e brincam em cima de nós. Agora, pergunto o porquê de estar aqui e a única resposta plausível que me satisfaz é que se aqui estou é porque talvez alguma coisa de bom que não aconteceu aí em cima me vai acontecer aqui em baixo.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Olha e vê!


Olha para mim e vê'me! Olha para o aparente e vê o real! Olha para o exterior e vê o interior! Olha para a minha cara e vê a minha dor!
Reparaste? Reparaste no meu olhar e viste o sofrimento que me causaste?

Não te culpes pelo que fizeste mas orgulha'te. Sim, orgulha'te.
Orgulha'te por me teres marcado e por alguém ter sofrido por ti de verdade enquanto por cá andaste.

Não tenhas pena de mim! Não é esse o sentimento que eu quero que tenhas. Quero que sintas ódio e nojo de ti. Sim, nojo e rancor. Que te sintas a pior pessoa que habita neste planeta e quiça noutro qualquer.

Agora, não quero que me peças desculpa, apenas quero que morras e que na tua sepultura tenha escrito:
"Quem não soube amar entre os vivos também não o saberá fazer entre os mortos."