sexta-feira, 4 de julho de 2008

Por favor, MATA'ME!


Por favor, mata'me. Por favor! É a única coisa que te peço. Mata'me! Estou farta de olhar para o espelho e ver alguém que detesto. Ver aquilo que nunca conheci e que nego a conhecer. Cansei'me de mim. Cansei'me de quem sou. Mata'me mas não me toques. Não me toques porque não quero que sintas um corpo que me mete nojo e que eu recuso a aceitá'lo como meu. Parece absurdo mas nunca senti tanta vontade de uma coisa. Mata'me e darás'me a felicidade. Só assim verei os problemas que me assombram todos os dias e que faço questão de os ignorar [(por breves horas)] para que os outros não percebam que os tenho, desaparecerem da minha vida. Queria tanto acabar com este sofrimento e esta agonia. Queria deixar de fazer força para que as gotinhas de sal não caiam em frente de todas aquelas pessoas bem como deixar de mostrar uma felicidade que não existe só para enganar aqueles que me rodeiam. Por tudo isto e mais alguma coisa imploro que me mates. Que faças o mais justo e acabes com a minha infelicidade para que consigas dar a felicidade a quem merece. Tenho consciência que essa felicidade já me pertenceu mas agora não vale a pena lutar por ela pois nunca mais voltará. Por favor, mata'me... Mata'me. Farta de tudo e mais alguma coisa estou eu. Farta de dizer não às pessoas que amo só com vergonha de sair e mostrar'me. Farta de não aproveitar aquilo que me é dado com medo que alguém me repreenda e diga que não sou em condições. Farta... Farta... Suplico'te! Mata'me! Não estou disposta a passar horas em frente a não sei quê com os olhos vermelhos e uma respiração ofegante. Não quero voltar a sentir que sou a única a estar neste estado enquanto todas aquelas pessoas se estão a divertir. Não quero voltar a desconfiar de quem não merece só por saber que não presto. Não quero voltar a cair na mesma asneira e arruinar a minha vida. Não quero sentir inveja daqueles que me são mais próximos por terem aquilo que eu gostava de ter. Por isso, mata'me... Por favor! Quero desaparecer daqui e deixar de causar transtorno. É a única coisa que peço. Que me matem. Que destruam esta alma que já nada tem mas que um dia tudo teve. Agora? Agora resta'me cheirar este odor a defunto queimado. Sim. Ardi no meu próprio local de eleição. Naquele sítio em que fazia questão de ir escrever e desenhar. Onde passava horas a olhar para o nada mas onde tudo via. Sim! Nesse tempo posso dizer que era feliz mas o que sinto agora está bem explícito neste local. O meu corpo restringiu'se a umas simples cinzas que daqui a pouco são nada bem como a minha lembrança.

4 comentários:

leitor disse...

oi.

Anónimo disse...

Texto forte.
Por vezes sentimos esta necessidade de morrer, porque caimos na ilusão que depois da morte não ha nada, e que tudo ficará para trás. Mas não é bem assim, todos nós temos um objectivo nesta vida, e se ainda aqui estamos é porque não chegamos ao final da estrada.
Não sei se o que escreveste faz mesmo parte de ti, ou se é somente fixão, mas ainda sim, digo para pedires vida aos que te rodeiam, e não que te matem. Até porque, é preciso muito odio para matar alguem, e ainda mais odio para se desejar a morte.
Todos nós vivemos momentos de desespero, mas se formos ver bem, sao breves e passam rapido, apesar de no momento não pensarmos o mesmo, justamente pelo facto de a mágoa, tristeza , dor e seus derivados abrandarem o tempo, apagarem as luzes e fecharem as cortinas antes da peça terminar.

Peça vida,
as pessoas certas sempre chegam a tempo.

:)

( e obrigada por la passares, e volta sempre que quiseres, farei o mesmo)

***

Jorge Vieira Cardoso disse...

qual quê? a vida vale todas as fortunas, todas as mágoas e vale ainda mais o teu sorriso!!!

Por favor VIVE!!!

belo texto...


beijinhos

Estrelinha disse...

que texto tão bonito,e sentido. Mas, a vida é para viver mesmo com todas as mágoas e tristezas...vale sempre a pena. Se as coisas acontecessem é por algum motivo, acredita.
beijo*