segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Pelo menos morri feliz!


Quando olhei uma última vez para ti vi que estavas a sorrir. Não sei se o fazias por estares contente ou se porque estavas nervoso. Sinceramente, agora não me preocupo minimamente com isso. Fiquei com uma última lembrança tua e se me perguntares se a queria, eu dir'te'ei que não. Preferia mil vezes que enquanto me degolasses me vendasses os olhos para que eu não tivesse que ver o teu rosto suado da força que tiveste que fazer para me prender nem a tua cara de satisfação. Sim! O sorriso que desenhaste no teu rosto era de alegria e contentamento. Ficaste extremamente feliz por me veres morrer ali naquele soalho que depois ficou coberto com o meu sangue mas ficaste mais satisfeito ainda por eu não te ter dado tanta luta assim. Mas meu querido, fizeste aquilo que mais desejavas em toda a tua vida e agora? Agora meu querido? Diz'me do que agora vais viver? Será que há alguém que te deixe alimentar das suas próprias fridas e te dê a beber o seu próprio sangue? Duvido... E sabes porque duvido? Porque tu és pior do que aqueles carniceiros que vão apodrecendo por dentro a cada dia que passa mas que não se querem convencer disso. Sim, tu estás podre por dentro. Não tens absolutamente nada e eu não tenho pena de ti. Mas mesmo assim, desejo'te metade do que aquilo que desejaste a mim. Não quero que sintas a mesma alegria que eu quando te vi morrer por dentro sem teres ninguém ao teu lado para te ajudar e apoiar... Morreste sozinho enquanto que eu morri acompanhada por ti.

4 comentários:

(Un)Hapiness disse...

dizem q o pior de tudo é morrer sozinho. eu preferia morrer só, ms só naquele momento...

há vários tipos de morte.
qual delas a pior?

kiss

Anónimo disse...

Texto fortissimo...logo que vim aqui meus olhos foram puxados para a última afirmação do teu texto, arrepiei-me. E entao comecei a le-lo linha por linha, e fiquei assim, com cara de nada, perante o tudo que retrataste aí.

Adorei, adorei mesmo tudo.

um beiijinho

c.b. disse...

um texto forte e doloroso, mas deliciosamente cativante (:


um beijinho*

Sandra Silva disse...

Repito os comentários anteriores, o texto estava fortíssimo, intenso, mas também tinha a sua beleza fascinante.
Adorei *.*

um beijinhu doce*